Frustrações! Um pouco mais sobre mim

Uma das coisa que eu acho que nunca comentei aqui, nestes quase dois anos de blog é que eu tenho uma deficiência chamada nanismo diastrófico. Além da baixa estatura, tenho uma série de comprometimentos ósseos que me levaram a fazer até hoje, 31 cirurgias .

Eu nunca senti necessidade até hoje de comentar esse fato aqui porque essa deficiência nunca me incapacitou pra fazer faculdade (fiz pedagogia na USP), morei sozinha lá , trabalhei em dois empregos, me formei em três anos num curso de 4 anos, adotei minha filha ainda solteira com 26 anos e morei em SP até terminar a Faculdade lá. Tirei carta, passei em dois concursos pra dar aulas e dirigia todos os dias pra duas cidades diferentes. Em 2003, morando sozinha com a minha filha em Taubaté, voltei a namorar com o meu marido e casamos em 2004. Aí, dando aulas, começaram as artroses que me incapacitaram pra trabalhar e depois de dois anos fui aposentada. Tive o meu filho de cesária aos 8 meses de gestação. Nasceu com 47cm e 3,245Kg, sem deficiência alguma.

Até aí, sempre procurei levar numa boa, faz parte. Nunca tive complexos quanto a minha altura, e condições físicas, caminho com dificuldade, mas caminho. Morava em apartamento e mudei pra uma cidade de interior, numa casa maior. Há três anos faço fisioterapia 2x por semana, pra alivias as dores das artroses na cervical, nos ombros, nos joelhos e também a fibromialgia.

Nunca me senti coitada por ser assim. Mas ultimamente tenho me sentindo frustrada, com raiva e incapaz. Sei que a maior parte das dores que sinto vem do excesso peso. Sempre levei a minha R.A. (ou tentativa de R.A.) pelo lado "estético", pela necessidade de como toda mulher se sentir bonita, de encantar o marido, de se olhar no espelho e poder dizer: olha como eu sou bonita.

Como eu disse no começo desse blog, sempre fui gorda, emagreci 25kg, mantive por quase 7 anos e quando a minha filha nasceu eu comecei a engordar. Em setembro de 2008 eu estava com 67.4Kg, comecei a R.A. com a maior dificuldade, pois não posso fazer exercícios.

Emagreci 14 quilos, todos me parabenizavam, me elogiavam. Tinha que emagrecer só mais 9 quilos pra chegar num peso que aliviassem a minha coluna e os meus joelhos.

E quanto estou pesando hoje: 68.9Kg. Com dores constantes e me perguntando se um dias elas passarão.

Estou cada vez me mexendo menos e por mais que eu não queira, isso afeta o meu papel de esposa e mãe.

Isso é falta de disciplina, de força de vontade e de vergonha na cara. Temos como exemplo milhares de meninas blogueiras que não emagrecem só os 25 quilos que eu preciso emagrecer, mas emagrecem mais que o dobro e mantém. O que acontece comigo?

E já que estou falando de frustrações, vou mais longe. Tô com raiva de não poder trocar de carro, pego ônibus com muita dificuldade. Eu tenho um Santana automático ano 87, mas ele está pesado e a manutenção é cara. Parado na garagem há mais de um ano por falta de grana mesmo.

O meu marido não pode tirar carta, então sobra eu de motorista mesmo. Aí vocês imaginam: nossa, hoje há tantos carros populares. Mas eu só posso dirigir carro automático, o mais barato gira em torno de 45 mil e com os benditos descontos de IPI e ICMS não sai por menos de 35mil. Não tenho como assumir uma prestação alta. E o tempo vai passando e nada muda. Poxa, um carro facilitaria tanto as minha vida. As fisioterapeutas dizem que as minhas dores pioraram pelo esforço que faço e pelo peso: ou seja, falta de grana e de vergonha.

Desculpem pelo desabafo tão cru e dramático. Mas precisava dividir com pessoas que convivem com o mesmo problema de excesso de peso.

Beijos