quarta-feira, 11 de maio de 2011

O sinônimo de paciência é SUS!

Bem, Meninas

Eu estou há dois anos na fila da cirurgia bariátrica, como havia dito no post anterior. Em novembro fui chamada e até agora passei pelas seguintes etapas:

Novembro: Consulta com o médico, que constatou o IMC >50 e liberou pra operar.
Reunião da Bariátrica

Dezembro: Fiz todos os exames (fiz três vezes o de sangue e o último, colheram dentro da UTI do hospital, pq meu acesso venoso é difícil)

Janeiro: Reunião da bariátrica

Fevereiro: Reunião da bariátrica, perguntei pq estavam demorando pra marcar psicóloga, aí consegui marcar pro dia 30 de março.

Março: A Psicologa, que ficou horas tentando ver se eu tinha algum problema e por fim constatou que eu podia operar.

Abril: Marcaram a nutricionista pro dia 4, fiquei super contente, na sexta anterior a assistente social me liga dizendo que ela tinha pedido demissão e não tinha previsão de contratação de outra. Foi um enorme choque. Só consegui marcar a nutricionista pro dia 09 de maio.

Maio: Fui na nutricionista e constatei que apesar de ficar quase um mês e meio esperando pela consulta, cheguei lá com 400 gr a mais que da consulta da psicóloga. Conversamos. Ela disse que eu tenho uma alimentação saudável, mas pra eu voltar daqui 30 dias (outro choque). Se a anterior não tivesse pedido demissão esse seria o meu retorno na nutricionista.

Junho : retorno com a nutricionista

Depois disso, não sei se já liberam pra próxima etapa ou ainda fico com a nutricionista. depois tenho que passar pela enfermagem, voltar para o médico, que vai solicitar a autorização para o NAC e aí sim vão marcar a cirurgia. O estresse acaba com a gente.

É muito difícil e angustiante essa espera. Eu não me acho melhor do que ninguém, mas será que o fato de ser deficiente, ter feito 31 cirurgias na vida, ter fibromiagia e viver com dores por causa das artropatias não seria um fator no tempo de espera? Eu não vejo a hora de melhorar pra poder diminuir as dores, ter mais disposição pra dar atenção aos meus filhos e ao meu marido, porque desse jeito não é fácil não. E a ansiedade não ajuda.

Pronto, desabafei!

Beijos


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Comunicando uma decisão

Boa noite, meninas

Fiquei um bom tempo sem escrever, embora eu leia diariamente o blog de vocês.

É que eu estava "processando" algumas coisas e tentando ver a melhor maneira de falar pra vocês que as coisas vão ser um pouco diferente. Na verdade eu estava (e talvez ainda esteja) me sentindo fracassada e com vergonha de mim.

Bem, há mais de dois anos, estava fazendo acompanhamento com a nutricionista, e ela muito séria, analisando o meu caso, de obesidade mórbida, com mobilidade reduzida, portadora de deficiência e praticamente sem condições de fazer atividades físicas, disse: Você já pensou em fazer cirurgia bariátrica?

Sempre me considerei uma pessoa normal, sou mãe, esposa, dona de casa (embora tudo esteja seriamente prejudicado por causa da obesidade) e eu disse isso a ela.

Aí ela disse: Você até consegue emagrecer, mas devido as suas artroses, dores musculares, fibromialgia, você não consegue segurar o peso muito tempo, porque é necessário fazer atividade física constantemente. Você tem apenas 1,18m, mas o seu estômago é de uma pessoa normal e por causa da sua pouca mobilidade, o seu metabolismo é mais lento do que o de outras pessoas.

Como é SUS, e eu sei que demoraaa, eu disse: faz o encaminhamento aí. E de fato, nesse meio tempo emagreci 14 quilos e recuperei isso e mais um pouco, aumentando ainda mais a minha falta de mobilidade.

Em novembro, fui chamada, fiz os exames, já passei pela psicóloga e agora falta a nutricionista e sei lá mais o quê.

A minha irmã que é cadeirante, tem a mesma deficiência que eu, não tinha coragem. Quando me chamaram pelo SUS em novembro passado, ela que tem convênio, criou coragem, operou em fevereiro e já emagreceu 17 quilos. O blog dela é http://emagrescente.blogspot.com/

Bem, demorei pra assimilar que obesidade é doença e não falta de vergonha e que há casos e casos. Quando uma pessoa, que nem eu, com IMC > 50, decide operar, é porque já passou por muitas coisas mesmo. Nunca julguei ninguém, a cobrança era comigo mesma.

Agora que eu já contei, espero contar com o apoio de vocês, porque não basta operar, tem que ter disciplina. E independentemente da opinião alheia, vou poder escrever tudo que ando sentindo, a minha ansiedade, a minha angustia e como tem sido o meu dia a dia.

Só pra terminar e pra pensar: Ontem, quando eu estava com a minha mãe, ela disse pra minha secretária do lar: Só porque ela vai operar, relaxou na dieta!

E a minha fiel escudeira: O pior que não, Dona Claudia! Se eu comesse o que a Renata come, eu seria um palito.

Vai entender! Tô começando a acreditar seriamente que ansiedade também engorda!

Beijos